Mundo como vontade e representação schopenhauer - resumo
Em “O Mundo Como Vontade e Representação”, Schopenhauer aponta que o ser humano, em relação aos animais, possui as mesmas aspirações básicas e consequentente compartilha de não mais que as mesmas satisfações físicas reais: saciedade da fome, satisfação sexual, sensação de proteção etc. Porém, por possuir, diferentemente dos animais, o intelecto, que ele desígna como “um mero acidente do nosso ser”, tais aspirações projetam-se em sua mente (justamente por haver nela tal capacidade; a de projetar) de forma a tornarem-se complexas e infindáveis. Dada a complexidade e infinitude dessas aspirações, que são manifestações daquilo a que Schopenhauer chama de Vontade, o ser sofre a insatisfação permamente de ter sempre algo a desejar. Ele amplia propositalmente suas necessidades, para assim aumentar a possibilidade de satisfação. Como consequência aumenta também sua fonte de sofrimento, o qual ele sente mais frequentemente e em maior intensidade que o prazer, já que enquanto as fontes de prazer físico reais são limitadas, as projeções não o são. E além disso perturba-se com a noção de tempo, por onde sua mente pode representar aspirações futuras e a emergência de conquistá-las, agravado mais ainda pelo conhecimento da morte. A respeito da relação entre Vontade e conhecimento, os dois componentes necessários para caracterizar o indivíduo, Schopenhauer afirma que todo objeto do conhecimento é fenômeno ou representação e que estes estão submetido ao tempo, espaço e causalidade. Por outro lado, a Vontade é livre e sem fundamento, não submetendo-se ao tempo e espaço e, assim sendo, não pode ser fenômeno ou representação do conhecimento ou para conhecimento. Portanto a Vontade é uma “coisa-em-si”, que não é causa ou consequência do conhecimento, mas que dele faz uso e através dele maniefsta-se.
Note-se, então, que a Vontade não reduz-se às vontades conscientes e pautadas pela razão.