Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

entre 20 e 22 de janeiro de 1984, foi realizado o 1º Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Ou seja, o Movimento não tem um dia de fundação, mas essa reunião marca o ponto de partida da sua construção, centenas de trabalhadores rurais decidiram fundar um movimento social camponês, autônomo, que lutasse pela terra, pela Reforma Agrária e pelas transformações sociais necessárias para o nosso país. Eram posseiros, atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros, pequenos agricultores... Trabalhadores rurais sem terras, que estavam desprovidos do seu direito de produzir alimentos. Expulsos por um projeto autoritário para o campo brasileiro, capitaneado pela ditadura militar, que então cerceava direitos e liberdades de toda a sociedade. Um projeto que anunciava a “modernização” do campo quando, na verdade, estimulava o uso massivo de agrotóxicos e a mecanização, baseados em fartos (e exclusivos ao latifúndio) créditos rurais; ao mesmo tempo em que ampliavam o controle da agricultura nas mãos de grandes conglomerados agroindustriais. o Movimento Sem Terra se organiza em torno de três objetivos principais:
• Lutar pela terra;
• Lutar por Reforma Agrária;
• Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.

O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Paraíba, São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Maranhão, Goiás, Rondônia, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Pará, Alagoas, Tocantins, Distrito Federal e Entorno, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe). No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram a terra por meio da luta e da organização dos trabalhadores rurais.
Além disso, lutar por uma sociedade mais justa e fraterna significa que os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra apóiam e se envolvem nas iniciativas que buscam solucionar os graves problemas estruturais do nosso país, como a desigualdade social e de renda,