Misticismo No Juda Smo

Emídio Johnson Sales Magalhães
Pós-Graduação em Cultura Teológica
História das Religiões

Toda religião por mais liberal que possa aparentar, tem sempre suas regras e normas que parecem difíceis e, por vezes até impossíveis para alguns de seus fiéis. As grandes e tradicionais religiões então, se apresentam sempre com sua doutrina já pronta e fechada, sem necessidade ou intenções de acréscimos.
Mas observando um pouco a história e evolução destas religiões concluímos que nunca foi assim. Pois sempre existiram paralelas a estas doutrinas de religação do homem a Deus, alguns meios mais acessíveis, ou que demonstrassem mais opções de sucesso em sua trajetória, ou ainda mais abertas a conceitos modernos, à novas revelações e muitos sincretismos. Tudo isso sem o peso da palavra “pecado” ou o terror da expressão “não pode”, ou “não é lícito”! Esta abertura acontece através do que conhecemos por misticismo! Pois até no judaísmo, onde surgiram as religiões cristãs dominantes no mundo hoje, o misticismo adentrou, mas não sem conflitos, sem antes gerar muitas vertentes, e após muitos séculos revelar-se ao mundo como opção de compreensão do universo e do Criador. Com a finalidade de responder aquelas perguntas de introspecção pessoal, inerentes a cada ser humano individualmente.
A cabala oferece-se ao mundo todo, e não somente aos judeus, com ideias não aceitas pelo próprio judaísmo tradicional como a encarnação, a consulta aos mortos, a evolução da alma e o acréscimo de rituais de magia e hipnose. Ela remove a noção de “devotos convictos” que os judeus passam ao mundo no decorrer dos anos, pois revela a diversidade religiosa da cultura judaica. Este tem sido seu maior impacto ao mundo.