MG-12.195.846

11198 palavras 45 páginas
RESUMO - TRANSPARÊNCIA PÚBLICA, OPACIDADE PRIVADA - TÚLIO VIANNA
“O direito como instrumento de limitação do poder na sociedade de controle deve fundar-se em duas premissas fundamentais: a transparência pública, entendida como máxima publicidade dos atos de interesse público, e a opacidade privada, entendida como a máxima confidencialidade dos atos da esfera privada”.
“A informação é o capital do século XXI” (p. 189)
“NA SOCIEDADE DE CONTROLE, É PRECISO QUE OS VIGIADOS VIGIEM OS VIGIAS” (pp. 207.209).
PROLEGÔMENOS (p. 25-51).
Mitologia do controle social
“A figura arquetípica de um Deus onividente e controlador é a representação primária no inconsciente coletivo da ideia de um controle social irrestrito” (p. 25). A concepção de um Deus onividente tem como corolário a sua onisciência, e esta, por sua vez, fundamenta a onipotência. Aquele que tudo vê, tudo sabe; e por isso tudo pode. “Ver, saber e poder: esta é a tríade do poder divino” (p. 27).
“O inconsciente, porém, reconheceu um único limite ao poder de Deus: o livre-arbítrio. Deus não controle diretamente as ações de suas criaturas, mas impõe a elas Sua vontade por meio de um sistema de causas e consequências que atribui a cada pecado uma sanção” (p. 27). A partir do livre arbítrio surge Lúcifer, o anjo rebelde que orienta o comportamento humano para desígnios contrários aos de Deus.
Lúcifer
A queda de Lúcifer representa a reprovação à desobediência das normas de Deus, e esta postura revolucionária converte-o também em símbolo da maldade. “A cultura ocidental representa o arquétipo da rebeldia como o pior dos criminosos. A desobediência a uma norma, seja de cunho moral, ético, religioso ou jurídico, consolida-se assim como um mal em si mesma” (p. 29). Lúcifer é considerado a encarnação do mal não porque matou, torturou ou abusou sexualmente de alguém, mas simplesmente porque se recusou a obedecer às normas, desafiou o poder hegemônico; ignorou aquele que tudo vê, tudo sabe e, portanto, tudo pode.

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