Melhoria social como negócio-Razão Social-030810

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Melhoria social como negócio

Cresce número de empresas criadas para reduzir mazelas da sociedade
Camila Nobrega camila.nobrega@oglobo.com.br Reunidos numa sala, executivos fazem o balanço da empresa no ano anterior. Mas, em vez de metas de faturamento e dividendos a serem compartilhados pelos acionistas, eles discutem se o produto que vendem está tendo sucesso no combate à fome, na redução da pobreza, ou na inclusão social. Pode parecer cena de propaganda, mas a imagem está se tornando realidade em filiais de empresas que, a partir dos ideais do economista prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus entraram de cabeça no negócio social, cujo objetivo é resolver causas sociais e reinvestir os lucros nas próprias operações. Entre as adeptas já estão peixes grandes como a Danone, a química Basf e a Adidas, além da mais nova parceira de Yunus anunciada em julho, a japonesa têxtil Uniqlo.
No Brasil, embora o conceito de negócio social tenha muitas aplicações, os casos também se multiplicam.
É seguindo essa corrente que a Fast Retailing, fabricante japonesa da marca Uniqlo, resolveu fornecer roupas a preços acessíveis à população pobre de Bangladesh. Com uma joint venture com o Grameen Bank, instituição criada por Yunus, a partir de setembro a empresa terá um negócio social, que receberá o nome de Grameen Uniqlo e deve fornecer roupas por cerca de US$ 1.

O conceito de negócio social vem do Grameen Bank, banco de microcrédito em Bangladesh, que empresta dinheiro aos pobres sob juros abaixo dos praticados no mercado. Criado por Yunus em 1976, é gerido pelos próprios credores, que dividem até os lucros obtidos.

Como Yunus explicou em entrevista exclusiva à Razão, não há lucros para acionistas: — O objetivo do Grameen não é elevar faturamento, mas ser autossustentável para conquistar sua meta: reduzir a miséria no país

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