MEC-USAID

MEC-USAID

Os acordos MEC-USAID foram acordos bilaterais entre o Ministério da Educação do Brasil com a Agência de Desenvolvimento dos Estados Unidos da América, portanto um órgão técnico-administrativo voltado para a questão administrativa da “máquina pública” e não voltado para as questões educacionais. Se considerarmos os propósitos da “revolução” em curso, extremamente atrelada à política estadunidense, os acordos entre os órgãos eram sim necessários para dar curso às reformas que atingiram o ensino superior num primeiro momento e primário e do segundo grau posteriormente. A questão central colocada pelo Governo, nas palavras do ex-ministro Jarbas Passarinho, era resolver no ensino superior a questão da demanda, o que a nova estrutura administrativa iria resolver em partes com a diminuição de custos, entretanto as medidas que atingiram também os ensinos de primeiro e segundo graus, deixa patente que as reformas visavam atender o caráter político-ideológico da classe dominante naquele momento, bem como do projeto de desenvolvimento social e econômico vislumbrado para o país.
A escola, como aparelho ideológico que atendesse princípios da ditadura marcado como um governo forte e repressivo, implementou modificações fortemente influenciadas pelo modelo estadunidense decorrentes dessa troca de informações, ou melhor, da orientação por parte dos estrangeiros. Um dos aspectos importantes nesse sentido foi a reelaboração do material didático utilizado, em particular os livros didáticos que passaram a refletir o ufanismo da grandiosidade do país e uma historiografia baseada personificação dos heróis nacionais, aspecto extremamente necessária para que cada indivíduo se tornasse um colaborador da ordem e do progresso da nação. Mecanismos como a criação das disciplinas de Educação Moral e Cívica e OSPB foram recursos também pedagógicos para reforçar tais objetivos, que se resumem na aceitação pacífica da dominação.