Lotes vagos

“Metros quadrados” é um documentário de Louise Ganz que trabalha o contexto dos lotes vagos, demonstrando por meio de intervenções a forma de uso e ocupação desses lotes. No documentário há também uma discussão sobre a separação entre público e privado. No contexto histórico esta se dá principalmente no século XVIII, quando deu início ao loteamento urbano. As cidades se tornaram parcelas de terras urbanas ou rurais, destinadas às edificações ou agricultura, cada qual com sua particularidade, mas com a similaridade de dividirem o que é público e o que é privado.
No documentário, historiadores e empreendedores mostram a visão de lucro da elite. O primeiro enfatiza a questão da posse de terras. Historicamente essa privatização não existia no Brasil Colônia, nessa época eram utilizadas diversas formas para concessão de terras à elite portuguesa, mas ainda sim, não deixa de lado o fato das políticas públicas de urbanização sempre terem representado o interesse das elites, bloqueando o acesso da terra para pessoas da classe baixa no Brasil.
Louise Ganz iniciou o projeto “Lotes Vagos” em um pequeno bairro de Belo Horizonte, visando o desenvolvimento e modificação do espaço pelos próprios moradores. O documentário mostra a arquiteta iniciando suas intervenções com a apropriação de um espaço vago e a partir disto os próprios moradores desenvolviam essa intervenção, com isso ela incentiva uma vida momentânea em um lugar morto ou inacessível, ou seja, o aprimoramento do espaço de forma autônoma destinando para o uso coletivo. Dentre as intervenções realizadas pode-se citar: o Banquete, que aconteceu em Sabará, o Cabelereiro no bairro Funcionários, a Praia na Savassi, entre outros.
Levando em conta que atualmente a área pública é sinônima de alto custo para manutenção, ela acaba resultando em espaços residuais, em que muitas vezes se tornam abandonados ou em outros casos diminuem o contato das pessoas com o exterior. O projeto “Lotes vagos” é bem interessante e incentiva o