lolll

16705 palavras 67 páginas
(Capítulos de Apresentação e de Conclusão da dissertação de mestrado
Como o ar não tem cor, se o céu é azul? Vestígios dos Contos Populares na Literatura Infantil, apresentada ao Departamento de Letras Clássicas e
Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, em Dezembro de 1997)

1. Apresentação
Uma coisa vocês devem saber:
Barba grande não significa saber;
Se os barbados fossem sábios
Bodes e cabras também o seriam.
Anônimo/ Le fabliau de Cocagne 1

Escritores, ilustradores, críticos, pesquisadores, professores e editores, vêm desenvolvendo, no Brasil, principalmente a partir da década de 60, um trabalho crescente de criação literária, a chamada Literatura Infantil , ao lado de um trabalho de reflexão sobre essa mesma produção. Naturalmente, como em todas as áreas, considerando-se uma sociedade industrial e de consumo, boa parte do material produzido é de qualidade discutível, produto programado para atingir tal e tal fatia de mercado, ser consumido e descartado. Ou então para ensinar isso e aquilo e ocupar o espaço chamado de “paradidático”, livros que podem ser úteis, mas nem de longe podem ser considerados literatura.
Há, entretanto, no meio disso, trabalhos originais e consistentes que, a meu ver, ocupam um espaço significativo dentro do painel cultural que vem sendo tecido em nosso país.
O simples exame dos estudos referentes ao assunto ou mesmo das obras destinadas ao público infantil sugere, de imediato, algumas oposições e bifurcações, verdadeiras dicotomias, que precisam ser apontadas.
Seria possível, por exemplo, falar realmente em uma “literatura infantil”, no sentido da existência de uma expressão artística, não utilitária, com motivação
1


FRANCO JR., Hilário Cocanha. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

Por uma questão de simplificação, optamos por adotar o termo genérico “Literatura Infantil” para designar o conjunto de obras literárias destinadas, em

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