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Contos de Flechas e Sangue
Parte 1

- Nós queremos que você seja a madrinha dele – Disse uma voz doce e suave, a qual o bebê de olhos verdes como a grama orvalhada da manhã e orelhas pontudas reconhecera como alguém que sempre estava perto dele.
- Não posso acreditar! É claro que aceito! – Respondeu outra mulher que segurava a criança nos braços.
Aqueles braços não eram tão aconchegantes como o de sua mãe, nem a voz tão suave, mas dava ao menino uma sensação de proteção diferente da proporcionada pela mãe. A mulher forçou os braços delicadamente para dentro, pressionando a criança contra seu tronco, como uma águia que abraça o ninho.
- Eu estarei sempre ao seu lado, pequeno Max.
***
Dez anos haviam se passado desde que Selena Fechín aceitou o convite da família Windslasher para ser madrinha de Max, o mais novo dos cinco filhos de Domminus e Saga. Nesse tempo, a criança cresceu como qualquer outra dessa idade. O problema era, na verdade, esse. Diferentemente de seus irmãos, ou melhor dizendo, de todo o clã antes dele, Max não havia desenvolvido ainda a técnica principal dessa família, natural da sua linhagem de sangue. Isso o fizera ser alvo de gozação das outras crianças, e principalmente de seus irmãos.
A criança, de cabelos loiros até o meio das costas, observava a sua casa cheia de convidados conversando e rindo um com os outros. O garoto reparou que as características das pessoas na sala eram todas parecidas. Homens e mulheres altas, com cabelos lisos, alguns curtos, outros alcançando a coxa, e orelhas puxadas. Apesar disso, era possível distinguir os convidados por causa de desenhos estampados em roupas, pingentes ou capas.
O primeiro, já conhecido por Max, estava estampado por toda a casa. Uma pequena espiral branca. Era o símbolo de sua família. Simbolizava um redemoinho branco, uma força descomunal causada por rajadas de ventos. O segundo era uma coroa sobre um olho. Era o símbolo da família Fechín. A família Fechín exibia a coroa junto de