Local/global

Global/local: tensões transformadoras na produção e consumo da música

A comunicação um dos aspectos fundamentais a incidir sobre as transformações que se operam no regime da técnica sonora e audiovisual contemporânea. A presença da comunicação em vários setores da vida privada e social e em áreas diversas do conhecimento se constata em evidências como a que Mauro Wolf descreve:
As comunicações constituem simultaneamente um importantíssimo setor industrial, um universo simbólico objeto de um consumo maciço, um investimento tecnológico em contínua expansão, uma experiência individual cotidiana, um terreno de confronto político, um sistema de intervenção cultural e de agregação social, uma maneira de passar o tempo, etc. (WOLF, 1995: 11).
O tema da globalização, sob a égide da economia neoliberal, aparece nesses vastos domínios da comunicação. Lúcia Santaella (2001) enfatiza que o desempenho dos meios de comunicação nesse contexto passou a ser de tal ordem, a ponto de se poder afirmar que, sem os meios de comunicação teleinformáticos, o complexo fenômeno da globalização, tanto nos seus aspectos econômicos e políticos, quanto culturais, não teria sido possível. Na direção desse movimento ou na contramão dele, muitos foram os acontecimentos que desenvolveram a experiência de aproximar mídia, música e produção cultural. Global e local são algumas das dimensões a destacar nessa história. Por meio delas pode-se atestar o lugar e algumas das condições em que o objeto de uma música midiática se realiza, tal como venho sugerindo denominar.

Indústria cultural global
A partir da globalização, os sistemas tecnológicos complexos de comunicação e informação intensificaram o trabalho de estruturação social da nova ordem mundial. A sociedade, definida em termos de comunicação, passou a se estruturar em forma de redes, produzindo uma nova lógica transnacional, de estabelecimento de novas segregações, novas disparidades. O caráter hierarquizado que confirma essa realidade é