Literatura Portuguesa

Marina Fernandes 12/2013

Trabalho de aproveitamento de curso:
Diálogo entre “Florinda”, “Cândido” e os paradigmas literários dos séculos XVII e XVIII

A partir da leitura e análise das obras Os infortúnios trágicos da constante Florinda e Cândido ou o Otimismo, pretende-se estabelecer um diálogo entre a literatura dos séculos XVII e XVIII e, também, entre as obras citadas.
Os infortúnios trágicos da constante Florinda (1624), é uma obra portuguesa escrita por Gaspar Pires de Rebelo que narra a trágica história de Florinda, donzela que após a perda de seu marido passa a perambular pelo mundo vestida de cavaleiro, para não se casar com nenhum outro homem. Ao longo de seu perscurso Florinda é exposta a uma série de infortúnios e tragédias, numa narrativa amalgamadora de epopéias em prosa da Grécia Antiga e as novelas de cavalaria do século VXI. O período período no qual foi escrito, na Europa, foi marcado fortemente pela contrarreforma, por guerras, e por suas consequências na realidade objetiva e na visão de mundo da Europa. E, como sabemos, o que é normalmente tido por literatura é, entre outras coisas, o que colabora com a caracterização do que era a visão de mundo na época em que a obra foi escrita. Portanto, um livro como “Os Infortúnios Trágicos da Constante Florinda”, de Gaspar Pires de Rebelo, é uma ótima pintura da qual podem se destacar elementos que caracterizem o pensamento do século XVII.
Um dos fatores que ajuda a demonstrar a força do estoicismo no pensamento europeu do século XVII é a maneira como se dá o trajeto de Florinda pela história de seu texto. Ela, se vestindo de homem, passa pelas mais complicadas situações sem ser descoberta e, ao fim, recebe a sanção positiva ao encontrar seu amado e poder ficar com ele. Isso pode servir de representação do conceito estoico de que estamos num mundo