Les Demoiselles d'Avignon

Les Demoiselles d’Avignon é sem duvida um dos quadros mais emblemáticos de Pablo Picasso sendo considerada por muitos como o marco inicial da pintura Cubista.
Anteriormente a receber o nome “Les Demoiselles d’Avignon”, a obra era conhecida como o “Bordel Filosófico”, baseada num bordel na rua Avignon da cidade espanhola de Barcelona.
O mais fascinante acerca desta pintura é o fato de ela representar o total rompimento com todos os conceitos e tradições artísticas ocidentais. Picasso dá sequencia ao problema formal colocado por Cézanne, ou seja, reduzir toda a realidade a estruturas simples e elementares, procurando uma nova maneira de representar. As figuras, fundo e objetos são abruptamente fragmentados em diversas formas geométricas, como se fossem estilhaços de vidro.
Pablo Picasso utiliza diversos angulos na representação das figuras femininas, renunciando totalmente á forma iconica do corpo. Este aspeto está bem presente na figura que se encontra mais em baixo na pintura, sendo esta uma caracteristica bem marcante do cubismo.
Apesar da introdução de tons mais escuros é ainda visivel a utilização de tons que remetem a uma certa influencia da “fase rosa” de Picasso, mostrando assim a transição para o cubismo.
O pintor espanhol elimina a perspectiva, tal qual como se pode observar, existe uma clara anulação dos planos, deixa de existir diferença entre o primeiro plano ou o fundo, tudo convive da mesma forma na superfície pictórica.
Alem disso, o claro-escuro perde a sua função, a sombra deixa de fazer sentido pois as cores por si só acabam por fazer um relevo, dispensando qualquer idéia de foco de luz.
Observa-se tambem a introdução de elementos da arte Africana, nomeadamente da escultura negra nas duas figuras do lado direito da obra. No entanto não é só o motivo do exótico que motiva Picasso, mas, tal qual como diz Argan em “Arte Moderna”: “ a estrutura plastica que exclui as distinções entre forma e espaço: os grandes planos obliquos que deformam os