Larry

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Larry Shiner, The invention of art – A cultural history

Hoje em dia, podemos chamar a quase tudo “arte” sem problemas de maior. Uma das razões para isto é que o mundo artístico voltou à carga com o tema de misturar de novo “arte” e “vida”. Gestos deste género vão do inocente ao escandaloso, como levar quilts para dentro de museus de artes decorativas, ou literatura do tipo “pulp fiction” (novelas policiais baratas), para cursos de literatura, até tocar ruídos de rua em salas de concerto, ou submeter-se a cirurgia plástica directamente em video-satélite. A entrada intempestiva de todas estas coisas excêntricas, artefactos, ruídos, escritos, performances, no campo das belas-artes, levou alguns a falarem com desespero da “morte” da arte. Outros autores, envoltos no estandarte do pós-modernismo, concordam que o sistema das belas-artes nascido na época moderna está morto, mas convidam-nos a dançar sobre o seu túmulo, celebrando mais uma libertação.
O mais importante não é saber se devemos dançar ou chorar, mas perceber como é que viemos ter a esta situação. Se queremos compreender a explosão daquilo a que chamamos arte, e a vontade de unir arte e vida, temos primeiro de compreender de onde vieram as ideias e instituições modernas das belas-artes. O sistema das artes moderno∗ não é uma essência ou uma

fatalidade, mas algo que nós criámos. A arte tal como a entendemos genericamente é uma invenção europeia, não tem mais de duzentos anos. Foi precedida de um sistema das artes mais alargado e mais utilitário, que durou perto de dois mil anos, e possivelmente dará origem no futuro a um novo sistema das artes.
A assimilação de todas as actividades e artefactos de outros povos e civilizações às nossas noções (europocentrismo) já dura há tanto tempo que a universalidade da ideia europeia de arte é aceite de forma indiscutível. Ver
Por “sistema das artes” (system of art) entende-se os conceitos e ideais subjacentes partilhados por
vários

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