Lacan

Lacan formula o estádio do espelho com o objetivo de compreender a origem da personalidade, tendo em vista sua insatisfação com a hipótese Freudiana de que a personalidade se originaria a partir do efeito da cultura sobre o infante.
O estádio do espelho pode ser subdivido em três momentos distintos:
1º - Primeiramente o bebê se comporta como o reflexo do outro num espelho. Se o outro sorrir ele sorri, se o outro chorar ele chora. O bebê se vê integrado numa unidade, não percebe o outro e coisas exteriores a ele. Não há diferenciação entre bebê e outro nesse primeiro momento que é chamado de Transitivismo normal.
2º - Nesse segundo momento já ocorre uma diferenciação, o bebê já não se comporta como se fosse reflexo do outro. Já não se percebe refletido na imagem do outro, não se ve identificado na imagem do outro.
3º - Nesse último momento ocorre a primeira fase da constituição da identidade do bebê. Ela se da com o bebê assumindo a posição de objeto . O bebê identifica-se com o que é desejado pelo sujeito desejante, com o que o sujeito desejante reconhece nele. Ao passar para a posição de objeto o bebê conquista a comunicação e à coordenação motora.
A identidade é formada, primeiramente, a de um outro, o sujeito desejante. Antes de ter seu próprio desejo o bebê representa a concretização do desejo do outro. E posteriormente o desejo do bebê é o desejo de ser o desejo do outro.

A necessidade – o desejo – a demanda

Para Freud as pulsões manifestam-se, num primeiro momento, no bebê pelo surgimento de uma tensão e um desprazer ligados a fonte de excitação da pulsão. Para a alimentação, por exemplo, o bebê está em um estado de necessidade, que é satisfeito na amamentação, sem que ela o busque voluntariamente. Nesse exemplo o processo de satisfação da demanda pulsional ocorre em vias orgânicas, não sendo necessárias mediações psíquicas. Isso proporciona um prazer instantâneo, visto que o estado de tensão e desprazer é aliviado.
Isso faz com que o bebê,