klein

1- De acordo com Klein, o brincar é uma manifestação evidente de que o inconsciente está presente no ser humano. É evidente que ao brincar, a criança não faz uma elaboração minuciosa e consciente de seus atos. Deste modo, a brincadeira passa a objetivar uma ajuda na elaboração psíquica do sujeito. Sendo assim, pode-se buscar uma interpretação explicativa do inconsciente em tal manifestação. Ao analisar a brincadeira (interpretação e execução) é importante levar em conta vários fatores, tais como: encadeamento (ligação de coisas da mesma natureza ou que têm entre si certas relações na brincadeira), material (conjunto dos objetos, dos instrumentos utilizados num serviço, a brincadeira no caso), maneira (modo, método particular de fazer alguma coisa, a brincadeira no caso), razão (motivos, raciocínio através do qual se consegue induzir ou deduzir alguma coisa, a brincadeira no caso), meios (recursos usados na brincadeira), etc. Assim, a brincadeira, através da elaboração psíquica, pode fazer a criança aceder à inter-subjetividade, à linguagem e à simbolização. Klein notou que o ato de brincar da criança poderia demonstrar simbolicamente suas ansiedades e fantasias e, que tal ato se equivaleria a expressões verbais do adulto, uma expressão simbólica de seus conflitos inconscientes.

2- No complexo de Édipo, de acordo com a concepção de Klein, a mãe assume papel de grande relevância. Diferentemente de Freud, Klein descreveu a situação edípica com foco nas fantasias primárias. As elaborações edípicas originam-se das elaborações psíquicas. Para Klein, o complexo de Édipo é base para a constituição do ser humano, ligado a fases pré-genitais e à relação do tipo parcial com os objetos. A partir do corpo da mãe (seio) o bebê vai desenvolver uma posição passiva com ela, assim como também criar uma identificação precoce. O foco desta elaboração está no desmame, ou seja, o Édipo é visto no paradigma em que acontece a separação da criança com a mãe, na ruptura