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2249 palavras 9 páginas
Anais do CENA. Volume 1, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2013.

O MEU AMIGO PINTOR, DE LYGIA BOJUNGA: A ASSIMILAÇÃO DA
MORTE NO UNIVERSO INFANTIL

Arlene Rosa Eustáquio (ILEEL/UFU) arlenerosae@gmail.com Resumo: O objetivo deste trabalho é refletir sobre questões que circundam a obra O meu amigo pintor, de Lygia Bojunga. O livro, escrito em forma de diário, trata de um momento da vida de Cláudio, de onze anos, que perde seu melhor amigo, um pintor já adulto, que lhe ensinara a ver as cores do mundo e dos sentimentos. Dessa forma,
Cláudio tem que lidar com o suicídio do amigo e com questões difíceis de ser assimiladas por uma criança, como a perseguição política na época da ditadura militar, o amor que se revelara impossível entre o Pintor e Clarice, a frustração do amigo, que não se considerava um verdadeiro artista e a inevitável perda. Desfazendo o tabu que ronda a morte no universo infantil, de forma sensível e partindo da perspectiva da criança,
Lygia consegue unir dor e conforto e revela que nem sempre há um final feliz, mas que é possível haver recomeços marcados pela esperança e pela alegria. Fundamentarão este estudo, basicamente, o texto Aula, de Roland Barthes, que retrata o fato de a literatura infanto-juvenil não ter somente caráter pedagógico e moralizante, e também os estudos de Laura Sandroni, que iluminarão as questões referentes à adequação da linguagem ao mundo infantil por Lygia Bojunga.
Palavras chave: Lygia Bojunga, literatura infantil, morte, criança.

INTRODUÇÃO

O meu amigo pintor surgiu de uma encomenda feita por uma editora, a fim de que Lygia Bojunga escrevesse uma história que acompanhasse nove telas abstratas de
Tomie Ohtake, uma famosa pintora japonesa naturalizada no Brasil. Tal fato é relatado pela própria autora em Pra você que me lê, ao final do livro. A princípio, a autora recusou-se a escrever o livro, pois já fazia tempo que não aceitava encomendas de trabalho, mas resolveu ponderar e, antes de dar

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