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O pai que abusou dos dois filhos responde em liberdade por estupro. Na época ele não chegou a ser preso porque não houve flagrante. Se condenado, a pena para esse tipo de crime vai de 8 a 15 anos de prisão.

A violência contra as crianças e adolescentes é mais comum do que muita gente imagina. Somente no ano passado, o disque 100 - telefone de denúncias da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, que recebe ligações de todo o país - registrou mais de 130 mil casos de abusos contra meninos e meninas de várias idades.

Recentemente o caso que mais chamou atenção do Brasil foi em Araçatuba. Foi em um condomínio de luxo que uma menina de 3 anos foi maltratada pelo padrasto. Segundo a polícia, o empresário Maurício Scaranello submetia a criança a situações de tortura psicológica. Ele foi preso no fim do mês passado depois de uma denúncia.

Nos celulares e computadores apreendidos na casa foram encontrados vários vídeos. Em um deles, ele não deixa a menina dormir, e dá sustos nela. Em outro, a criança tenta andar com as pernas presas por fita adesiva e cai. O empresário e a mãe estão presos, a menina foi levada para um abrigo e atualmente está sob cuidados de uma tia-avó.

Já em São José do Rio Preto (SP), na semana passada, mais um caso que chamou à atenção. Uma menina de 10 anos foi encontrada caminhando sozinha às margens da BR-153. Na delegacia, ela disse que fugiu de casa porque não aguentava mais as agressões da mãe. A menina foi levada para um abrigo e a mãe vai ser investigada.

A conselheira tutelar Lenice Freitas Oliveira Santos acompanha de perto casos de violência contra menores. Ela explica que os tipos de agressão são variados e que, na maioria das vezes, parentes e amigos demoram para perceber os abusos. “Casos de negligência, abandono, violência sexual e agressão física são os principais na nossa região”, diz Lenice.

Em Araçatuba, as crianças vítimas de violência são encaminhadas para o Creas, Centro de Referência Especializado de