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A Experiência do Vídeo no Brasil
Um fenômeno cultural ainda não devidamente estudado e avaliado, malgrado tenha despontado como uma das forças criativas do Brasil nos anos oitenta foi o chamado de vídeo independente. Nesse período, o cinema brasileiro de invenção e intervenção crítica havia entrado em declínio.
A matéria-prima do cinema é a prata, um metal nobre em vias de esgotamento. À medida que diminuem as reservas mundiais desse metal, os preços das películas cinematográficas sobem de tal forma que só os grandes estúdios internacionais podem suportar.A maior versatilidade da mídia eletrônica e seus custos mais reduzidos pareceram apontar, aos jovens dos anos oitenta, para uma nova forma de expressão.Era preciso então fazer despontar as inteligências e as sensibilidades capazes de extrair frutos dessa nova situação.
Não se pode esquecer, por outro lado, que, para as gerações que atingiram a maioridade na década de oitenta, a televisão, com sua linguagem fragmentária, com seu ritmo veloz e com suas imagens em metamorfose, era o referencial, mas notório. Ao contrário de outras gerações, que consideravam a televisão marcada por alguma espécie de pecado original e condenada a encarar a estrutura mesma de poder das modernas sociedades tecnológicas, os jovens videomakers brasileiros acreditavam na possibilidade de se construir outra modalidade de televisão, mas criativa e mais democrática, e alimentavam a esperança de que mídia eletrônica.
O videocassete permitiria à televisão proclamar a sua independência em relação ao poder político e econômico.Menos coprometido com a centralização de interesses e com o alto custo do capital verificáveis no modelo broadcasting de televisão, o vídeo independente,produzindo e difundindo fora de circuitos oficiais, podia investir no aprofundamento da função cultural da televisão, avançando na experimentação das possibilidades da linguagem eletrônica ,dando ressonância aos graves problemas sociais do país e buscando exprimir as