Interpretação maria diamba

1121 palavras 5 páginas
Maria Diamba
Para não apanhar mais falou que sabia fazer bolos: virou cozinha.
Foi outras coisas para que tinha jeito.
Não falou mais.
Viram que sabia fazer tudo, até molecas para a Casa-Grande.
Depois falou só, só diante da ventania que vinha do Sudão; falou que queria fugir dos senhores e das judiarias deste mundo para o sumidouro.

Em nossa pesquisa, podemos evidenciar que Jorge de Lima não era um escritor convencional, pois, além de exercer várias funções como médico, pintor, tradutor, político e poeta escritor, também passou por vários contextos estilísticos como Parnasianismo e Barroco além de adotar regionalismo e catolicismos como uma temática em suas obras, e posteriormente ao longo do tempo o Modernismo.
Analisando o poema nota-se a ausência de uma métrica específica, acentuando a liberdade de um novo ritmo, livre e imprevisível. Composta por duas estrofes, a primeira é uma sétima e a segunda uma sextilha, evidenciando-se a liberação e mescla de todos os tipos de estrofes e versos.
Com relação às figuras de linguagem, a metáfora está explícita no terceiro verso da primeira estrofe, “Virou cozinha.”, pois, esta só ocorre quando o escritor tem a intenção de fazer uma comparação implícita, ou seja, a intenção do eu poético em Maria Diamba neste verso, foi de comparar “alguém” como algo que faz parte da cozinha, algo que está contido na cozinha, em outras palavras, nesse verso pode-se evidenciar que a escrava passou a ser mais um objeto da cozinha. Neste mesmo verso, além da metáfora, é perceptível outra figura de linguagem, sendo ela a prosopopeia. Esta segunda consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos, que se evidencia no verso.
Já a ambiguidade é perceptível no quarto verso, “Foi outras coisas para que tinha jeito.” e no sexto verso, ambos da primeira estrofe, “Viram que sabia fazer tudo,”, pois, a ambiguidade se consiste no duplo sentido de um determinado verso ou

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