Industrialização brasileira: processo histórico e possibilidades para o século xxi
Esse estudo tem como principal objetivo explorar o processo de industrialização brasileira, evidenciando os principais acontecimentos que a impulsionaram durante os séculos XX e XXI, quando ela se iniciou de forma efetiva.
A industrialização não é uma simples criação de indústrias isoladas, subordinadas às atividades primárias, mas um processo irreversível de criação de indústrias, que leva a modernização da economia do país à transformação da sociedade de rural e agrícola em urbana e industrial. Em termos mais precisos podemos afirmar que a industrialização é um momento do desenvolvimento do capitalismo, na atividade fabril baseada na relação de trabalho assalariado. Seu resultado é o capitalismo pleno ou industrial, em que a indústria constitui o setor chave da economia, e a relação de trabalho tipicamente capitalista – entre a burguesia (capitalistas) e o proletariado (trabalho assalariado) – torna-se dominante no conjunto da sociedade.
A análise do processo de desenvolvimento econômico do Brasil nos mostra que, por cerca de quase quatro séculos, a economia esteve diretamente ligada ao poder agrário, com produção voltada para a exportação. Por todo o período colonial, por exemplo, a base econômica esteve assentada na exploração agrícola ou na exploração mineral com uso de mão-de-obra escrava.
É somente a partir do século XIX que se pode falar em industrialização no Brasil. Até então, essa atividade era muito restrita.
Estudo da Industrialização Brasileira em Três Momentos
I – Governo de Getúlio Vargas
A Revolução de 1930 foi um marco na mudança da economia brasileira. Essa mudança está associada também à crise mundial do capitalismo, iniciada nos Estados Unidos, em 1929. O café havia sido o produto responsável pela geração de capitais, que foram aplicados em outros setores da economia. No entanto, a superprodução do começo da década de 30 coincidiu com a crise internacional do capitalismo, diminuindo a capacidade de