IMPORTA O DE CAF PELO BRASIL ENIO BERGOLI

IMPORTAÇÃO DE CAFÉS PELO BRASIL
Enio Bergoli
Uma breve introdução ao tema
O tema da importação do café para fortalecer e ampliar a competitividade da indústria nacional não é novo. Essa questão, que por muito tempo se tratava de uma proposição da indústria de solúveis, nos últimos anos passou a ser também reivindicada pela indústria de torrefação e moagem, sobretudo para uso em seus blends ou em cápsulas, uma tendência de consumo que cresce no mundo todo, inclusive no país.

O Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial de café verde, enfrenta novos desafios para manter sua posição competitiva no longo prazo na cadeia produtiva do café, visando firmar sua posição também como exportador de solúveis e industrializados, assegurando benefícios a todos os atores envolvidos no agronegócio café. Nosso país ainda é o segundo maior mercado consumidor de café do mundo.

Concretamente, a tecnologia avança e os processos tecnológicos ao longo da cadeia produtiva do café se aperfeiçoam e, neste avanço, menor proporção do valor dos negócios mundiais ficam com os países produtores (normalmente abaixo dos 10%, dependendo dos preços nos mercados produtores).

De outro lado, as ameaças pairam sobre a cadeia produtiva, especialmente no segmento da produção, considerando os ciclos de oferta mundial do café e os movimentos especulativos que se apropriam das falhas de mercado, distribuindo desigualmente os riscos da atividade, em desfavor dos produtores rurais. Principalmente em períodos de baixa.

Contudo, não se pode negar as oportunidades de negócios do mercado internacional, o qual avança no estabelecimento de condições de reciprocidade em acordos bilaterais ou multilaterais de comércio, o que reforça as trocas de produtos entre países, alcançando também o mercado do café.

Ademais, a dinâmica demográfica e econômica brasileiras contribuíram para pressionar as importações de cafés. Há uma nítida tendência de ampliar, no segmento de maior renda, o consumo de bebidas de