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Charles Chaplin não se conteve em explicitar apenas o mundo do trabalho: evidenciou também o desdobramento da modernidade burguesa na vida social. A internação no hospício – provavelmente inspirado em sua mãe que também teve um surto nervoso –, assim como a clausura no presídio – após ter sido confundido com um líder comunista – retrata os espaços onde os que não servem para o trabalho são alocados pela sociedade burguesa. (HALE, 2006; ALVES, 2005)
O sofrimento seja físico ou mental é fruto do processo de industrialização frenético em que o doce trabalhador – de tantas atribuições – é na verdade a figura mais atormentada do filme. A cena em que Chaplin canta e dança ao som da música Nonsense Song é o real momento em que o industrial worker pode se libertar. Naquele momento ele pode ser ele mesmo, gozando da liberdade plena de sua vontade.
No final do filme a sua viagem para o horizonte junto à Paulette Goddard pode ser interpretada como a morte social dos personagens. Tentar escapar da sociedade burguesa – simbolizada pela caminhada na estrada vazia sem nada a frente – é algo inconcebível, haja vista que não podemos nos isolar socialmente. Desse modo, o Vagabundo (The Tramp) e a Garota (The Gamin) parecem estar destinados a não-existência. (SUSMAN apud GOLDMAN, 2004)
Portanto, o filme de Charles Chaplin reportou-se às péssimas condições de trabalho — as árduas horas de trabalho e o desempenhar repetitivo do apertar parafusos e puxar de alavancas — decorrente da maior especialização da linha de produção fordista. Com tal divisão de tarefas não é mais permitido ao trabalhador saber o que afinal estava produzindo: como o trabalhador não participa das demais etapas do processo produtivo ele perde a noção total de produto. Tanto que para expressar esse fenômeno, Chaplin não nos deixa saber que produto a indústria no filme está produzindo.
As características do fordismo ainda estão presentes no mundo atual. O sociólogo Huw Beynon, especialista do mundo do trabalho,

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