III ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ARTE – IFCH / UNICAMP
2007
O MOVIMENTO INGLÊS ARTS AND CRAFTS
E A ARQUITETURA NORTE-AMERICANA
Ana Tagliari
Haroldo Gallo
Instituto de Artes – UNICAMP
O movimento inglês Arts and Crafts
A base da estética moral do Arts and Crafts foi criada pelo arquiteto e teórico A.W.N. Pugin (1812-1852), que em seus livros deixou a herança que deu origem ao movimento. Pugin queria reunificar o papel do artista e artesão como acontecia na Idade Média. Defensor dos princípios da arte gótica, assim como seu contemporâneo Eugène Viollet-le-Duc, Pugin escreveu as três regras básicas que deveriam ser seguidas pela nova arquitetura: 1. Honestidade na estrutura e no uso e aplicação dos materiais;
2. Originalidade no projeto, portanto sem imitações estilísticas;
3. Uso de materiais regionais preservando suas propriedades e suas cores.
Inspirado pelas idéias de Pugin, John Ruskin (1819-1900) deixou como legado para o movimento inglês As Pedras de Veneza (sendo um dos capítulos intitulado The Nature of Gothic (1853)). Os escritos de Ruskin pregavam a natureza como inspiração e instrução para os artistas e arquitetos, influenciando William Morris, o líder do Arts and Crafts. Ruskin era contra a divisão do trabalho na era capitalista e defendia o trabalho artesanal e uso de materiais naturais. 1
Alguns artistas do Arts and Crafts lutavam por reformas sociais por meio das artes. Ironicamente o movimento teve sucesso apenas entre grandes e ricos industriais, os quais podiam pagar pelos serviços mais exclusivos destes artistas e arquitetos. É importante ressaltar que Morris era contra o uso de máquinas e a industrialização no processo de construção das obras de arte. Entretanto, o ideal anti-industrial encarecia o objeto, visto que este era feito apenas por uma pessoa do começo ao final. Nota-se
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Outro importante legado desses teóricos e estetas foi a teoria do restauro, a forma sistematizada de abordar a pré-existência, pois a