Humor e Perversão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Faculdade de Psicologia

A PERVERSÃO APLICADA AO HUMOR: reflexões sobre práticas sociais humorísticas (?)

Anevston Magalhães Lima

Belo Horizonte
2013
Resumo: fazer no final do trabalho um parágrafo que explique o que fala o artigo.

Palavras-chave. Humor. Sadismo. Perversão.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo pretende discorrer sobre o chamado “humor politicamente incorreto” e analisá-lo à luz do conceito psicanalítico de perversão, segundo Joyce Mccdougall. O termo “politicamente incorreto”, neste contexto, é auto intitulado pelos grupos que realizam esse tipo de humor e será aplicado como um nome e não como eufemismo para formas de afirmação e divulgação de exclusões sociais.
Essa prática, muito em voga nos dias atuais, com grande audiência no público de programas em forma de stand ups, capitaneados por artistas como Danillo Gentilli e Rafinha Bastos, lança mão de piadas de cunho racista, machista, homofóbico e xenofóbico, entre outros adjetivos relacionados a afirmações preconceituosas. O objetivo é contrastar essas práticas que se intitulam humorísticas, com conceitos clássicos de humor presentes em Pirandello e Bergson Guimarães Rosa e Suassuna.Trazer à análise fundamentos do humor segundo esses autores permitirá, por comparação, investigar a direção das pulsões que podem estar na base do exercício desse estímulo a violência e ao riso.

2. HUMOR E PERVERSÃO O humor, para Pirandello(1908), diferencia-se de seus símiles, e não deve ser confundido com estes: o cômico, o burlesco, a sátira, a caricatura, a farsa, o grotesco e a ironia – esta última mais afeita aos terrenos da retórica e até da filosofia, com características de mordacidade. Este autor delineou maneiras de se atingir o humorismo, mas sem a pretensão de conceituá-lo – e nessa linha também seguirá este artigo.
A fim de classificar o humor, Pirandello partiu da observação do processo de