Horto do Esposo

44340 palavras 178 páginas
Horto do Esposo
Contextualização
Horto do Esposo é uma obra do final do século XIV ou do início do século XV, de autor desconhecido.
O seu carácter alegorizante está expresso no título que se refere a Cristo como o «Esposo» e às
Sagradas Escrituras como o seu «Horto».
O autor de Horto do Esposo inicia a obra com a metáfora de Jesus Cristo enquanto «flor mui preciosa e fruito mui doce» das almas suas devotas, assim como remete para o culto mariano com a invocação de «Maria rosa singular e estremada»:

Aqui se começa o livro que se chama Horto do Esposo, o qual compôs aa honra e louvor de nosso Senhor Jhesus Christo, flor mui preciosa e fruito mui doce de todalas almas devotas e da bẽeta virgem das virgẽes, Maria rosa singular e estremada da celestrial deleitaçom e de toda a corte da cidade de Jherusalem que é em na gloria do Paraiso.

De seguida,recorrendo aos topoi comuns da época, o autor autocaracteriza-se como pecador e indigno de todo o bem, e refere os seus objectivos ao escrever a obra:

Eu mui pecador e nom digno de todo bem escrevi este livro pera proveito e spiritual dilectaçom de todolos simplezes fiees de Jhesu Christo, e spicialmente pera prazer e consolaçom da alma de ti minha irmãa e companheira da casa divinal e humanal, que me rogaste muitas vezes que te fezesse em linguagem ũu livro dos fectos antigos e das façanhas dos nobres barões e das cousas maravilhosas do mundo e das propiedades das animalias pera leeres e tomares espaço e solaz em nos dias em que te convem cessar dos trabalhos corporaes.

Assim, verificamos que o autor pretendeu oferecer aos seguidores de Jesus Cristo uma leitura agradável que proporcionasse o «proveito e spiritual delectaçom» e, em especial, quis ir ao encontro dos desejos de sua «irmã e companheira», provavelmente uma religiosa, como se depreende da metáfora utilizada para a Igreja («casa divinal e humanal»), que lhe pedira para escrever sobre «fectos antigos e das façanhas dos nobres barões e

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