Homens Anfíbios
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OS HOMENS ANFÍBIOS E A PERCEPÇÃO DO ESPAÇO Os homens anfíbios, conhecidos metaforicamente, são camponeses que habitam na Amazônia, sendo assim identificados, pois seu modo de vida e seu trabalho estão ligados à dois ambientes terra-água “O que começa com espaço indiferenciado transforma-se em lugar, à medida que os camponeses o conhecem e o dotem de valor.” Nesse trecho é perceptível que a autora passa a entender a comunidade a partir de análises de desenhos e fotografias que retratam claramente o espaço em que se encontravam os homens anfíbios e suas diversas atividades. Os grupos de vizinhanças rurais possuíam certa estratificação social, caracterizada pela subsistência, afinal eles só vendiam seu trabalho quando se sentiam ameaçados por uma colheita não satisfatória.Devido a alguns fenômenos, a geografia da comunidade sofre mudanças, sendo “Terras Caídas” e “Noda” motivadores da modificação do cenário geográfico.
Características do campesinato: dependência e simbiose com a natureza; conhecimento aprofundado da natureza e de seus ciclos (transferido oralmente); noção de território/espaço (onde o grupo se reproduz econômica e socialmente); ocupação desse território por várias gerações; atividades de subsistência (para si e para venda posteriormente); baixo capital acumulado; importância da religião nativa; tecnologia simples; fraco poder político; policultivo de subsistência; mão de obra quase exclusivamente familiar; divisão sexual do trabalho; trabalho artesanal do camponês dominado até o final (venda) e meios de produção fundamentais: terra e água. Tudo isso configura um trabalho tipicamente não capitalista, pois mesmo estando localizado num país tipicamente capitalista, o trabalhador ainda detém os direitos sobre o objeto e os meios de trabalho (no caso, a terra, a água e as ferramentas necessárias à manutenção de sua vida). Na tentativa de compreender a família camponesa, percebe-se que a predominância da família extensa sobre a nuclear