história da sociologia

HISTÓRIA DA SOCIOLÓGIA

I – DA “FÍSICA SOCIAL” À “SOCIOLOGIA”: A DESCOBERTA DE UM NOVO OBJETO DE CONHECIMENTO (1790 – 1860)

1- A SOCIOLOGIA, HERDEIRA DA REVOLUÇÃO

Revolução designa, na filosofia clássica , a natureza antes de tudo cíclica das mudanças que atingem a vida da sociedade, a exemplo do movimento dos astros ou das estações. A sensação de viver uma época revolucionária, foi sentida por inúmeros contemporâneos e filósofos, basta ver as oposições cristalizadas dos primeiros debates sobre a economia política. uma hipótese foi a do inglês MALTHUS, sobre a superpopulação mundial, em seu célebre ensaio (1798), onde o mesmo defendia a tese que o crescimento da população superaria a de produção de alimentos. Sem duvida isso equivalia a fazer pouco caso da revolução agrícola que sacudia os campos, na Europa.
A corrente tradicionalista
Na Inglaterra, EDMUND BURKE, embora próximo do clã liberal, publica um panfleto (1790) onde não se contenta em criticar a forma que os acontecimentos tomaram. Usando já argumentos de tipo “ holísticos “, uma vez que a sociedade aqui se antepõe aos indivíduos, BURKE mostra que uma sociedade não existe só aqui e agora, mas aproxima as gerações umas das outras e realiza uma espécie de parceria entre os vivos e os mortos, que chega a envolver os que ainda não nasceram. Insurgindo-se contra o voluntarismo e o idealismo dos revolucionários, a igreja, a família e as corporações são instituições, ou seja, realidades tangíveis historicamente. Colaborar para restauração de certa autoridade, dar de novo um sentido ao sagrado na vida social, favorecer um retorno à comunidade original, este foram os objetivos dos contra-revolucionários.
DOS IDEÓLOGOS A SAINT-SIMON
No início do século XIX, o liberalismo é político. Caracteriza em primeiro lugar aqueles que, como madame de STAËL ou BENJAMIN CONSTANT, tentam ultrapassar a liberdade fundamentada na participação coletiva dos cidadãos