Historiografia 1º periodo
Introdução aos estudos históricos
Professor: Gilberto Angelozzi
Aluno: Vitor Araujo
Turma: 1º período
Tempo e Historia
Pagina 271. O tempo é uma variável, como dissemos, ou uma dimensão, como acrescentamos agora, essencial, integrada nas realidades sociais, que configura o histórico. Dizemos “integrada” porque não há realidade social sem tempo. A temporalidade é, porem, uma realidade tão imbricada em nossa mecânica psicológica e social, no processo de socialização de qualquer ser humano, que pode perfeitamente aparecer como algo dado, indiferenciado, inclusive inato, uma categoria a priori, como pretendia Kant, mais alem de qualquer reflexão e até mesmo de qualquer experiência. Com efeito, o tempo aparece como algo intuitivo cuja percepção, sem duvida, progride com o amadurecimento psicológico, como mostrou Piaget, algo dado e “suposto” para o senso comum, e, como algo suposto, sua consideração específica está ausente do relato histórico, se é que esse mesmo relato já não é, como pretende Raul Ricoeur, a própria “configuração” do tempo.
Pagina 272 A forma como a história é conceitualmente uma “dimensão” ou “qualidade” do social, como dissemos, tem sua explicação também pela existência dessa outra condição ou dimensão previa: porque tudo que existe está “imerso no tempo”, ainda que seja uma maneira metafórica de expressa-lo. Portanto, o circulo dessa argumentação estará fechado ao se concluir que, se toda pesquisa sobre a natureza da história o é, também, sobre a natureza da sociedade, também o será, inseparavelmente, sobre a natureza do tempo, sobre a temporalidade. Não podemos falar do que é o histórico sem falar do social e do temporal. Daí que, no mundo do homem, mais que falar de um “fato social” é preciso entendê-lo como um “fato sócio-temporal” que por ser ambas as coisas, social e temporal, o categorizamos com maior precisão como fato sócio-histórico. Não existe nada que possamos chamar “fatos históricos” sem maiores