Hiperatividade e Educação Especial
Temas em Comum?
Flávio Augusto Ferreira de Oliveira1
RESUMO
Atualmente, as áreas da Educação e da Saúde têm se preocupado substancialmente com um assunto muito em voga – o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou, simplesmente, TDAH. Tal conceito aparece como uma das principais queixas das escolas, de modo que a solução encontrada frente a essa problemática, de uma maneira nada discreta, tem sido a ministração de medicamentos às crianças tidas como hiperativas, em níveis cada vez mais avassaladores. Estas queixas também têm levado médicos, psicólogos e outros profissionais, em sua maioria da área da saúde, a serem encarados como a “salvação” dos problemas enfrentados pela escola. Não obstante, a Farmacologia tem se beneficiado dessa “tendência biologizante” através da criação de psicotrópicos que são comercializados e prescritos a crianças em idade escolar em uma escala nunca antes vista e, no mínimo, preocupante. Diante de tais questões, este artigo tem como objetivo analisar e discutir os atuais encaminhamentos de alunos, em especial os do Ensino Fundamental, inseridos na Rede Pública de Educação, aos profissionais da área da Saúde, quase sempre médicos e psicólogos e os desdobramentos desse processo. Visa, ainda, examinar se há ou não a necessidade de se fazer Educação Especial e, portanto, diferenciada, conforme se percebe nas escolas, mesmo que de maneira velada, com os alunos diagnosticados como hiperativos. De semelhante modo, procura examinar as implicações de tais questões sob os mais diversos ângulos, numa perspectiva que privilegie suas raízes históricas e sociais, seus resultados e suas contradições. Também objetiva esclarecer, ou pelo menos vislumbrar, uma possível resposta para a tamanha invasão dos psicotrópicos na vida desses alunos, traçando um paralelo entre os temas TDAH, medicalização, inclusão/exclusão e educação especial.
Palavras-Chave: hiperatividade,