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444 palavras 2 páginas
Paula Ambar Lins- 3° JOA
Técnica de Redação
Prof. Welington Andrade

E agora Clarice? Me entreguei à barata e descobri um mundo dentro de mim – cheio de dúvidas, angústias e descobertas. Como exteriorizar minhas impressões e sentimentos sobre o mundo? Escrevo? Será a linguagem um instrumento suficiente para que isso ocorra?
Quando dei por mim, como ser humano pensante, consciente e entendedor, já não me bastavam os pensamentos, passei ao silencio, ou melhor, passei a ouvir. Respiração, ranger de dentes, estalo de dedos, os sons ao redor, a voz de mamãe. Tudo passou a me transbordar, me sufocava aquele mundo interminável de sensações.
Agora que sei exprimir o que sinto, tudo tornou-se real. Por ser real tudo me aflige com força. Da mesma forma que aflige ao analfabeto as letras e ao cego a ausência da cor. Conheço as letras e não sou cega, embora as vezes me sinta. E tenho ainda mais dúvidas.
O que representa a serpente que engole o próprio rabo? Qual o intuito da linguagem? Da leitura? Da escrita? Fala? Existirá um contrato entre a lua e o mar?

Mas então alguém diga algo que dê sentido, poucas palavras que absorvam esse vazio.
Diga. Diga: Para que tantos livros enfileirados se nunca os lerei?. Alguns dias tenho pesadelos em latim, outros premonições em línguas estrangeiras.

Não sei, só sei que os momentos de consciência que tenho, tento traduzir em linguagem. Não consigo guarda-los para mim. Como quando era criança, mesmo sem saber usar as palavras, pensava, sentia, tinha consciência, e de alguma forma, exprimia. Chorava, Balbuciava. Gargalhava.

Não sei sobre meus gostos mais internos, minhas percepções sobre as coisas: a ternura caída das estrelas quando as olho pelas lentes dos meus óculos, ou simplesmente a fervura explodida nos poros a cada nascer de lua.
Estabeleço assim uma relação, eu como sujeito, penso, sinto, indago, duvido, dialogo, e como instinto

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