Heidegger En Passant

935 palavras 4 páginas
Heidegger en Passant
Leonardo Pinto de Almeida
Heidegger, filósofo alemão (1889-1976) construiu sua doutrina sobre o problema por excelência da filosofia, o problema do Ser. Distinguindo o ser do ente, edificou aquilo que seria o alicerce de sua ontologia.
Como Husserl (1859-1938), se utilizou do método fenomenológico, mas entre os dois existia uma certa divergência. Husserl usava da epoché (suspensão de julgamento), efetuando, assim, as reduções para se chegar ao eidos. Heidegger vai questionar essa forma de colocar entre parênteses o mundo, pois essa atitude exclui o que mais lhe interessa, a existência.
O fenômeno para ele, "é a condição de desvelamento do ser e o método fenomenológico, o caminho apropriado para atingir o ser a partir do ente." (1) Olhando por essa ótica nada mais justo do que tomar como ponto de partida o único ente que pode pensar sobre o ser do ente, o homem. Por isso, o homem é Dasein (Ser-aí), o ente aberto ao ser.
No seu livro intitulado Ser e Tempo, Heidegger analisa a questão do ser, fundamentando-a sobre esse ente que pode compreender o ser, o homem (Dasein, o Ser-aí). Ele acrescenta, ainda, que esse Dasein é um In-der-Welt-Sein (ser-no-mundo) que é designado como cuidado, cura (Sorge): "A relação de cuidado consigo mesmo e com o mundo caracteriza todas as realizações da vida relacionando-se, assim, com a vida como um todo"(2), i.e, o Sorge é a constituição ontológica do Dasein levando em conta o movimento e as relações deste como, Ser-no-mundo.
Advertindo sobre a natureza do Dasein, Heidegger diz que este, "de nenhum modo é um ente já fixo tal como o sentido comum se representa o ser da pedra ou de uma mesa. Ele se caracteriza por uma relação permanente de instabilidade que mantém em si mesmo. Nunca o ser da existência do homem é coisa acabada; resultado adquirido, sucesso já realizado (salvo quando deixa de ser). O Dasein é um existente cujo ser está sempre posto em jogo. Fundamentalmente ele é um poder-ser. Ele é sempre mais do que

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