HANSEN

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1. INTRODUÇÃO
Saúde mental, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, é a capacidade de compreender as ações e seus significados, para nós e o mundo. Assim, o indivíduo com transtornos mentais não sabe lidar com as oscilações da vida, com as limitações, tristezas, alegrias, vitórias, entre outros, e sucumbe às alterações comportamentais, emocionais ou de atenção, por exemplo. Geralmente essas pessoas são alvos de preconceitos da sociedade em geral, que tendem a isolá-las e julgá-las como sendo fracas de caráter, ou vítimas de possessões demoníacas ou outros mitos.
Paralelamente, observa-se a concretização de políticas públicas voltadas a essas pessoas, que visam à sua reintegração e inclusão à sociedade bem como a quebra desses pensamentos preconceituosos. Todavia a trajetória das pessoas com transtornos mentais não é atual, uma vez que a história da doença mental é uma história de asilamento e de maus tratos em sua maior parte, onde os direitos dos loucos, quando lembrados, não passavam de idealizações. Inicialmente, na Grécia Antiga, o louco era visto como um ser com poderes divinos responsável por trazer mensagens dos deuses; tinha, pois, um importante papel para a sociedade. Já no tempo da Inquisição, na Idade Média, os loucos eram queimados nas fogueiras, juntamente com outras pessoas que representavam as minorias e que destoavam do pensamento dominante, como poetas, astrônomos e bruxas. Quando não queimados, eles eram marginalizados, confinados em embarcações que vagavam pelos rios europeus à própria sorte ou deixados além dos muros das cidades, onde perambulavam errantes.
Em meados do século XVII, a relação do homem com o trabalho sofre mudanças e é necessário que as pessoas se encaixem nesse modelo de disciplina e moralização. Os que são considerados incapazes de participar dessa produção são colocados em casas ou depositários humanos. Entre eles incluem-se loucos, pobres e inválidos. Porém, com a Revolução Francesa há a