Hannah Arendt. Sobre a violência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, pp. 31-44

383 palavras 2 páginas
Hannah Arendt apresenta-se como um contra-ponto à Karl Marx expondo sua visão da política como senda ação, tomando esta como atividade fundamental da primeira. Ela busca analisar se o poder pode ser apresentado como uma das formas de dominação, chegando à resolução de que na verdade o poder não está concentrado nas mãos de uma única pessoa, mas de muitas, o poder de um é algo simbólico, conferido por muitos a um como forma simbólica que pode ser retirada a qualquer momento.
Arendt aponta o consenso existe entre Esquerda e Direita quanto à violência sendo a mais flagrante manifestação do poder, e aponta a incongruência deste consenso, sendo o mesmo possível apenas caso a máxima de Karl Marx, de que o Estado nada mais é do que o instrumento de opressão da classe dominante, seja verdade incontestável (p. 31).
Como forma de abordar o problema no pensamento marxista, a autora visa explorar a seguinte pergunta, «o fim da violência significa o fim do poder?» e apontar que caso fosse assim, nada mais poderoso seria que o cano de uma arma, portanto é necessario distinguir poder e força para se contextualizar a violência (p. 32)
É apontada a relação direta de que o desejo de poder está interligado com o desejo de obedecer, e que a ausência de um necessariamente indica a ausência do outro (p. 34). Para ela, todas as instituições políticas são manifestações e materializações do poder, e caso haja o fim do suporte popular as instituições, há também o fim do poder (p. 34-35).
Para a teorista a violência é o último recurso a ser utilizado pelo poder para consolidar-se (p. 38), e o uso do mesmo significa o fim do poder, uma vez que ela só é utilizada quando todo o resto falhou em fazer-se efetivo (p. 42).
Ela conclui que violência e poder são coisas opostas, onde o domínio de um significa a ausência do outro. O fato de utilizar-se da violência implica a incapacidade do poder de se estabelecer de forma a não comprometer o balanço social vigente, quiçá de forma legitima (o

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