handling
Os resultados destas práticas vieram se mostrando efetivos, enquanto críticos do status quo e mobilizadores das populações mais pobres para a mudança de suas realidades, na medida direta da participação destas populações em todo o processo de investigação e transformação: do diagnóstico à intervenção, passando pelo estabelecimento de objetivos comuns. Isto, no entanto, vem solicitando uma mudança importante também na disposição do próprio profissional, aberto para uma ação que seja de composição e compartilhamento de responsabilidades, levando a incertezas e desafiando a identidade profissional (Freitas, 1998).
A formação de profissionais sensíveis a uma prática psicológica conseqüente e comprometida com a crítica aos processos de exclusão social exige uma preparação que, atravessando todo o curso, põe em jogo aspectos científicos, metodológicos e ainda éticos. Colocados em contato direto com demandas estranhas àquelas de uma clínica particular e isolada das questões sociais, alunos e professores enfrentam a diferença, a incerteza e, ainda assim, vêm descobrir as potencialidades profissionais e sociais ligadas a estas ações de investigação e transformação (Ramos & Carvalho, 2006). Para isto, se deslocam física e simbolicamente para áreas de exclusão nas quais podem ser identificados três campos de batalha onde estas ações se darão, onde há submissão e resistência: o corpo, sujeito ao controle e ao sofrimento, mas sede da subjetividade e local de onde o indivíduo realiza as experiências de sua inserção no mundo: é o corpo que circula pelo espaço vivido; o cenário social (e grupal) de pobreza e