Górgias

Introdução

Este trabalho surgiu com a iniciação de uma nova temática, Retórica e Filosofia.
A retórica e a filosofia nem sempre se entenderam. Este desentendimento remota até á Antiguidade Clássica, onde a retórica era uma arte de convencer e persuadir muito utilizada pelos sofistas, que visavam uma vida prática. Mas para os filósofos como Sócrates, e, o seu discípulo Platão, a retórica serve para a busca da verdade, e atingir o verdadeiro conhecimento. Sendo a busca da verdade a tarefa do filósofo este teve que encontrar um método para inviabilizar a prática de uma retórica baseada em opiniões. Esse método consistia em questionar as teorias vezes sem conta dos sofistas até estes entrarem em contradição. Este método foi utilizado por Sócrates e Platão. Platão escrevia os diálogos que presenciava entre Sócrates e outros sofistas da época, um dos mais importantes diálogos é o diálogo em estudo, Górgias, de Platão.
No diálogo Górgias de Platão, Sócrates para além de criticar os sofistas, também define o que é a retórica como uma actividade empírica, uma prática que serve de simulacro á política.
Enquanto Platão escrevia Górgias, Atenas estava a passar por uma crise económica e política. Esta crise despoletou graças a uma guerra com Esparta (431-404), onde Atenas perdeu e Esparta ficou com o seu poder. Esparta implantou um regime Tirano que durou a penas 1 ano (404-403). A Democracia é restaurada, em 403, mas era bastante fraca. Pois não tinha recursos económicos para prosperar, e a aristocracia culpavam os oradores e democratas da perda do poder e exigia um governo mais forte.
No início do séc. IV a.C. havia um número elevado de cidadãos atenienses que não compareciam na Assembleia, isto só demonstrava uma falta de interesse dos cidadãos sobre a vida política de Atenas. Este problema foi resolvido ao dar uma renumeração para “chamar” cidadãos para a Assembleia. Desta maneira a
Assembleia, dito por Aristóteles, tornou-se num lugar de ociosos e cidadãos