Guarani-kwaiowá

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O Caso do Guarani-Kwaiowá

Há alguns meses o embate social e jurídico envolvendo uma pequena tribo indígena no Mato Grosso do Sul vem atraindo a atenção de formadores de opinião da sociedade civil organizada tanto no Brasil quanto no exterior. Trata-se de uma disputa fundiária que ganhou ar de tragédia com a morte de diversos índios que preferem por vezes o suicídio a terem que perder suas terras ancestrais. O conflito entre os quase 200 índios e os agricultores e pecuaristas se agravou com a decisão judicial da Comarca de Narivaí. Decisão essa que obrigaria os índios a abandonarem a terra que ocupam enquanto aguardam a demarcação definitiva de suas áreas. Os índios chamaram essa decisão de sentença de morte coletiva, tal é a relação cultural que mantém com as terras hoje ocupadas pelos chamados “homens brancos”. Na busca pela manutenção de suas terras os indígenas têm sofrido toda sorte de violência. Há notícias que as terras que são objeto do litigio com os fazendeiros está guardada por pistoleiros assalariados, e se tem noticias de assassinatos, estupros e violência contra idosos, mulheres e crianças. Fica clara a omissão do Estado que poderia ter antecipadamente demarcado as terras indígenas, evitando o ciclo vicioso de violência que se repete ano após ano contra os índios brasileiros. Ressaltamos que a busca por novas fronteiras agrícolas tem aumentado a grilagem de terra, violência contra os originais habitantes, bem como degradação do meio ambiente que até poucas décadas se encontrava intacto, guardando praticamente as mesmas características presentes quando da chegada dos colonizadores europeus. A decisão singular do Juízo de Narivaí trouxe grande insegurança na área, sendo, portanto, perpetuadora de injustiça, escopo totalmente diverso do que se deseja do direito, bem como do Estado solucionador de conflitos. Serviu em verdade como estopim para manifestações de violência e aprofundou o abandono o qual estão submetidos os Guarani-Kwaiowá.

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