garapa doc. sobre a fome
Segundo a ONU, mais de 920 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no mundo. O impacto desses números depende da nossa compreensão do que significa “passar fome”. Geralmente, os meios de comunicação discutem a questão a partir de uma perspectiva macroscópica, debatendo as causas ambientais, geográficas, econômicas e políticas da fome. Embora este debate seja fundamental, continuamos, no entanto, sem saber como é a vida das pessoas que passam fome. Para que se compreenda o real significado do problema, é necessário conhecê-lo de perto. GARAPA é o resultado dessa preocupação. O filme é fruto de mais de 45 horas de material filmado por uma pequena equipe que, durante quatro semanas, acompanhou o cotidiano de três famílias no estado do Ceará. À frente dessas famílias estão Rosa, Robertina e Lúcia – mulheres que, diante das condições mais adversas buscam estratégias de sobrevivência.
inTRoDUÇÃo
Responsável por um dos filmes mais polêmicos e bem sucedidos do cinema brasileiro contemporâneo – o policial Tropa de Elite, visto por mais de 2,7 milhões de espectadores em 2007 e ganhador do Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim de 2008 –, a ZAZEN Produções volta à cena com GARAPA, documentário sobre a questão da fome crônica.
O projeto de Garapa nasceu em meados de 2001, a partir de uma conversa entre José Padilha e Marcos Prado, amigos e sócios na Zazen. “Tínhamos uma preocupação séria em relação a dois temas que gostaríamos de desenvolver: a questão da fome no Brasil e o problema global da escassez da água”, conta Marcos Prado. “Decidimos então que Padilha faria o documentário sobre a Fome – que se tornou o Garapa – e eu desenvolveria o projeto sobre o problema da água, que está em fase de desenvolvimento”.
Com essa idéia na cabeça, Padilha visitou o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, fundado pelo sociólogo Herbert de Souza em 1981), onde conheceu Francisco Menezes, um dos diretores do instituto, de quem