Gabinete

Paulo Freire nasceu em Recife, em 1921. Viveu no seio de uma família fortemente afetada pela crise econômica de 1929, conviveu de perto com a fome e só tarde começou a estudar. Era considerado um estudante atrasado, que escrevia mal e errado. Provavelmente, foi à consciência, daí nascente, de que poderia ter sido mais um “esfarrapado do mundo” que o levou a empenhar-se ao longo da sua vida num combate pela alfabetização e conscientização das classes populares. O início desse combate dá se com as experiências de educação de base com camponeses analfabetos do nordeste que, devido ao seu sucesso, rapidamente chamou a atenção para o trabalho desenvolvido por Freire e, conseqüentemente, para as convicções pedagógico-politicas de sua prática pedagógica.
Paulo Freire escreveu mais de 30 livros, sendo conhecido e respeitado em todo o mundo pela sua pedagogia libertadora e militância política. Contra seu método de alfabetização surgiram muitas críticas, pois, era contra as idéias neoliberais que advogam a preparação técnica e cientifica do aluno, para lhe dar uma profissão. Isto é o esgotamento trágico da educação, pois, ele pregava a educação como pratica de liberdade e tinha nitidamente a influencia do pensamento marxista.
O Método Paulo Freire não se detém na mera alfabetização tradicional, baseada principalmente no uso da cartilha, a qual ele rejeita categoricamente no aprendizado da leitura e da escrita. Ele defende e incentiva o posicionamento do adulto não alfabetizado no meio social e político em que ele vive, ou seja, no seu contexto real.
Sua metodologia é fruto de muito tempo de gestação e meditações de Paulo Freire no âmbito da pedagogia. Ele se preocupava particularmente com os adultos que habitavam as áreas socialmente excluídas, tanto nas cidades quanto no campo, em Pernambuco. O mestre se posiciona ao lado de seus aprendizes para que juntos possam organizar as atividades desenvolvidas nas classes, todas baseadas no debate de temáticas sócio-políticas,