Fundamentos do pensamento oriental

O mundo de hoje é caracterizado pela globalização, um fenômeno impulsionado nas últimas décadas pela evolução da tecnologia da informação e telecomunicações e que permitiu a derrubada de fronteiras e encurtamento de distâncias com a disponibilidade de informação praticamente infinita e imediata. Este contexto propicia o aumento da intensidade do contato entre realidades anteriormente mais estanques e segregadas pelas distâncias físicas naquilo que conhecemos classicamente como "ocidente" e "oriente". Esta aceleração da assimilação entre estes dois polos de desenvolvimento da humanidade, naturalmente não se dá sem atritos entre os mesmos e nem tampouco de forma desconectada da disputa pela hegemonia cultural em escala planetária.
Dentro do conceito inicialmente proposto de "oriente", o qual de tão amplo termina abstrato, podemos destacar a tradição chinesa, contemplando o Taoísmo e o Confucionismo, e compará-la com a tradição semítica típica do ocidente, englobando o judaísmo, cristianismo e islamismo.
As duas tradições apresentam visões de mundo razoavelmente contrastantes, desde seus conceitos mais pétreos. As tradições ditas semíticas estão indissociavelmente ligadas a religiões monoteístas que pregam uma cultura de obediência e submissão à vontade do Deus superior e partem da noção de que o ser humano é por definição de alguma forma falho e impuro. Há que se considerar que estes conceitos foram historicamente amplamente explorados como instrumentos de dominação cultural e social, especialmente no catolicismo, mas também no Islamismo e Judaísmo.
O Taoísmo, por outro lado, tem toda uma ênfase na harmonia entre a vida e o "Tao" que deve ser entendido não como uma verdade única, específica e compreensível, mas como um processo, um caminho que exprime o conceito de Absoluto: o Tao é ao mesmo tempo o caminho, o caminhante e o ato de caminhar. Este conceito traz a ideia de origem, princípio e força motriz por trás de todas as coisas. Este "Absoluto" está além do