Fracasso escolar

3440 palavras 14 páginas
A medicalização e a produção da exclusão na educação brasileira à luz da Psicologia Histórico-Cultural

Uma das condições necessárias para compreendermos a dimensão educativa da atuação do psicólogo é a análise da realidade educacional brasileira. O modo como a escola cumpre ou deixa de cumprir sua função social produz reflexos e demandas para a Psicologia nos mais diversos campos: nas escolas; em serviços públicos de educação, saúde e assistência social e também em clínicas. Neste trabalho vamos abordar as diferentes formas de exclusão através da patologização produzidas em nossas escolas, analisando-as criticamente à luz da Psicologia Histórico-Cultural. A exclusão no sistema educacional brasileiro tem uma longa história. A princípio expressa na falta de oportunidades de acesso à escola de grandes contingentes de crianças especialmente nas regiões mais pobres do país e, mais adiante, em elevados níveis de evasão e repetência, atualmente ela se revela de modo mais sutil, embora não menos violento: a permanência nas escolas por longos períodos de tempo de crianças e jovens que nunca chegam a se apropriar de fato dos conteúdos escolares. Bourdieu (1997) denunciou esse processo de “exclusão do interior” que garante a manutenção da exclusão dos mais pobres e se apresenta como uma das formas contemporâneas importantes de produção da miséria social. Crianças e jovens das camadas populares continuam a ser eliminados, entretanto, ocorre uma diferença fundamental: essa eliminação é adiada, ou seja, mantêm-se na escola os excluídos potenciais. Desse modo, eles descobrem que estar na escola não garante nem o sucesso escolar, nem tampouco o acesso a posições sociais mais elevadas. Para esses “marginalizados por dentro”, vítimas de práticas de exclusão “brandas” (Bourdieu, 1997, p. 483) a escola permanece como uma espécie de “terra prometida” ou uma miragem que se mantém sempre presente no horizonte, mas que recua à medida que se tenta aproximar dela. Para Bourdieu (1997),

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