fisica

Apagão de idéias

O mundo vive uma revolução energética sem precedentes, que tenta criar as bases para o de-senvolvimento sustentável. mais de Us$ 100 bilhões são investidos por ano em novas tecnologias que possam viabilizar a força que vem do sol, dos ventos e das plantas. alheio à transformação, o Brasil retrocede e aposta em térmicas a diesel e a carvão
Por Alexa Salomão

A energia está no centro de uma revolução com dimensões globais. Seja a energia como combustível para mover os veículos, seja na forma de eletricidade para sustentar os confortos da vida moderna, a tarefa que se coloca para o mundo é trocar as fontes fósseis - carvão, petróleo e gás - por fontes renováveis como etanol, energia eólica e solar. É um trabalho de proporções épicas e cifras astronômicas, que avança rapidamente no exterior e mal se percebe no Brasil.
No ano passado, o investimento em fontes limpas ultrapassou os US$ 100 bilhões pela primeira vez na história - e tende a crescer entre 30% e 40% ao ano nas próximas décadas. Hoje, cerca de 80% da energia consumida no mundo ainda é fóssil, mas isso tende a mudar rapidamente. Gigantes como a fabricante de equipamentos americana General Electric, a petroleira inglesa BP e a seguradora alemã Allianz estão entre as grandes empresas que criaram áreas voltadas para energias limpas. "O desenvolvimento sustentável em escala global será viável somente com a substituição de energias fósseis por energias renováveis" diz o físico alemão Lutz Cleemann, diretor do AZT, o centro de estudos de novas tecnologias do grupo Allianz. "Há dez anos nós pesquisamos energias limpas e consideramos que este é o momento certo para novas oportunidades de mercado."
Ao contrário do Brasil, alguns países têm sido radicalmente inovadores no setor de energia. Na Espanha, foi inaugurada, no final de novembro, a maior usina solar do planeta. A obra parece saída de um filme de ficção científica. Um total de 1,9 mil espelhos iluminam uma torre da altura de um