filosofia e etica 02

1- A filosofia surgiu através da necessidade do ser humano obter respostas para os fenômenos que ocorrem com o mundo e outros seres a sua volta. Seu surgimento é uma cosmologia, ou seja, “uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas.” (p.34). Enquanto o mito buscava narrar como as coisas haviam sido no passado, procurando descrever “o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente” (p.34), a filosofia pretende explicar, considerando passado, presente e futuro, como e porque as coisas são de determinada forma. Para descrever a origem das coisas, o mito fundava-se em genealogias, bem como em rivalidades ou alianças entre as forças divinas, pouco importando com contradições e incompreensões, características da narrativa mítica, já que a confiabilidade estava vinculada à autoridade religiosa do narrador. Já a filosofia, preocupada em explicar “a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais” (p.35), não admite contradições, exigindo uma explicação coerente, racional e lógica para os fenômenos, tendo em vista que a autoridade da explicação advém da razão, igual em todos os seres humanos, não tendo relação com a pessoa do filósofo.

2- Duas são as teses que explicam o surgimento da filosofia na Grécia: a tese orientalista e a do “milagre grego”. A primeira considera que a Filosofia nasceu “por transformações que os gregos operaram na sabedoria oriental (egípcia, persa, caldéia e babilônica)” (p.28). Platão e Aristóteles, por exemplo, afirmavam a origem oriental da filosofia. Sob o ponto de vista orientalista, os gregos, em suas viagens, descobriram a agrimensura dos egípcios, a astrologia dos caldeus e babilônicos, as genealogias dos persas, bem como os mistérios religiosos orientais, e transformaram tais conhecimentos, de onde derivaram outras ciências, como a aritmética e a geometria, a astronomia e a meteorologia, a história e as teorias filosóficas sobre a