Filosofia e Ciência: interação, confronto e diálogo.

GARCIA, Elena Morais. Filosofia e Ciência: interação, confronto e diálogo. IN
HÜHNE, Leda (org.), Filosofia e Ciência. Rio de Janeiro: Uapê/SEAF, 2008. p.11-23

No mundo contemporâneo em que vivemos, sob influência da tecnologia e das sofisticadas descobertas científicas, a ciência observou o seu objeto de estudo passar de simples para complexo. Como podemos refletir filosoficamente sob as questões que assolam a humanidade nos dias atuais? E a ciência, consegue substituir a filosofia?
Heidegger quando declara que “a ciência não pensa” esta se referindo ao modo de pensar da ciência que não é comparado ao filosófico, “(...) a maneira dos pensadores”. McGinn defini a filosofia moderna como sendo uma “(...) tentativa de resolver problemas que estão fora do alcance da investigação empírica e científica”.
O espírito crítico é aquele que questiona, que se mantém aberto ao mistério.
Feyerabend destaca a incapacidade de a Filosofia fornecer uma metodologia ou uma racionalidade, porque não há racionalidade a explicar. Enquanto os cientistas, ao tentar explicar, na maioria das vezes, criam teorias irracionais.
De tudo isso, vemos a existência de limitações tanto da ciência como da filosofia, que esbarram na solução de perguntas fundamentais.

No pensamento grego, a filosofia e a ciência se identificam e, até mesmo, interagem, o que podemos facilmente observar nos estudos de diversos filósofos como Pitágoras e Platão, Aristóteles englobando a “biologia”, “psicologia”, e muitos outros. Tal vinculação que persistiu no mundo grego até o pensamento medieval, perdura até a Idade Moderna, época em que “cientistas” se denominavam filósofos naturais e filósofos discutiam questões científicas. Porém, no início do século XVII, começa a separação e a distinção entre as duas, que se concretiza no século XVIII.
A revolução científico-metodológica coloca as duas em confronto e faz com que a filosofia caia em descrédito diante da valorização da ciência. Desde