Filme "O corte"

O filme “O corte” se passa na França, na primeira metade da década de 00 do século XXI, quando esta começou a dar sinais de enfraquecimento econômico, gerando altos índices de desemprego. No filme, o toyotismo se encontra em alta no sistema capitalista, e o desemprego é um dos principais temas abordados, assim como suas consequências para uma sociedade saudável. De acordo com o que foi visto em sala de aula e no texto, o toyotismo é um modelo de condições estruturais do trabalho até hoje utilizadas, onde basicamente visa lucro, redução de custo, assim como no fordismo, mas possui flexibilidade e desenvoltura da linha de trabalho dos funcionários. Ele surgiu da necessidade de resolver os problemas de rigidez do modelo fordista, da crescente globalização (produção em outros países por mão-de-obra mais barata) e da mudança no padrão de consumo, que se tornou mais supérfluo. A primeira característica observada no filme sobre a acumulação flexível é quando há a dispensa dos empregados da empresa Kamer Papers – indústria de celulose –, onde o personagem principal, Bruno Darvert, trabalhava como engenheiro de projeto. Devido a uma fusão de empresas, acontece uma reestruturação e recolocação desta empresa da França para a Romênia, onde a mão-de-obra é mais barata. Devido esta mudança na estrutura da indústria, que busca se adequar às necessidades e ter mais lucros na produção, Bruno já não se enquadra mais ao padrão necessário da empresa. Isto ocorre devido ao caráter de novo modelo de mercado de trabalho, cuja tendência “(...) é reduzir o número de trabalhadores ‘centrais’ e empregar cada vez mais uma força de trabalho que entra facilmente e é demitida sem custos quando as coisas ficam ruins (...)” (HARVEY, 2012, p. 144), ou seja, trabalhadores considerados centrais pela referência no capítulo de Harvey (CURSON, 1986 apud HARVEY, 2012, p. 143-144) são trabalhadores em tempo integral, com maior segurança de trabalho, com