Fichamento

Apre(e)ndendo música: Na vida e nas escolas Maura Pena
A partir de três cenas verídicas, este ensaio discute questões concernentes à relação com a música na vida e nas escolas.
Analisamos como a oposição entre a música popular e a música erudita tem se mantido e reproduzido histórica e culturalmente, sedimentando práticas culturais e valores sociais distintos, assim como formas próprias de ensino-aprendizagem.

Análise das três cenas reais, que visam a discussão sobre a música na vida e nas escolas:
1. Ao viajar para o Belém do Pará, fui a uma feira, onde encontrei uma barraca que vendia instrumentos musicais, a maioria de percussão.
Enquanto comprava, perguntei ao vendedor se ele era músico, o mesmo me respondeu: “Eu toco, mas não sou músico. Nunca estudei, e não sei ler música (partitura)”.
A cidade de Belém tem uma tradição no campo da musica erudita e seu ensino.
Essa cena ilustrou de maneira marcante que “saber música” ou “ser músico” corresponde à capacidade de ler uma partitura.
Seguindo a idéia de Souza: “A leitura e escrita musical têm sido usados muito mais como instrumento de exclusão. Se “eu não sei ler música, logo eu não sei ler música” contribuindo para que as pessoas desistam de aprender música”
Hoje, mantém-se o direcionamento do ensino da música para o domínio da leitura e escrita musicais.

2. Um aluno meu que estava concluindo a Prática de Ensino da Música, havia se dedicado às aulas com entusiasmo e grande envolvimento que gostaria de dar aula partículas de bateria.
Essa cena ilustra o privilégio de um ensino de música em moldes mais tradicionais, com um enfoque técnico-profissionalizante, enfatizando a prática instrumental, o que é um valor no ensino conservatorial.
No estado de Minas Gerais, onde existem cursos superiores de musica, o projeto Música na Escola com o fim de incentivar o ensino de música nas escolas estaduais de Belo Horizonte, encontrou um quadro similar.
“Atualmente poucas escolas da rede de