Fichamento - A Política

PREFÁCIO
O prefácio desta obra não poupa elogios ao autor, Aristóteles. Foi um ser digno, justo e de pensamento nobre, mesmo sem ter ocupado grandes cargos em sua vida – com exceção da educação de Alexandre.
Um intelectual que nunca agiu sem coragem ou sem integridade. Um gênio que mesmo à época, conseguiu delinear alguns entraves da sociologia jurídica que mais diretamente fundou o direito constitucional e a ciência política.
Aristóteles deu à pesquisa um viés mais analítico e reflexivo, bem diferente do que era hábito fazer meros resumos e conclusões rápidas. Afastava também seus aprendizes desta prática tradicional, que apesar de fácil pode levar a erros.
Possuía as virtudes de um observador e a imparcialidade de um cientista, em meio ao clima tenso resultante da derrota de Atenas na guerra do Peloponeso. Mesmo não sendo natural desta cidade, sentia-se um ateniense, principalmente ligado pela educação e afeto. Mas, não havia em si o sentimento de derrota, ele vislumbrava o futuro.
Apesar de ter escolhido Atenas para ser sua pátria, ele ainda era um estrangeiro, um “meteco” que não tinha direitos públicos. Aristóteles precisava ser discreto ao passo que sofria com algumas imposições como pagar para não ser escravizado e carregar vasos nas procissões. Ainda assim, não era um “meteco” comum, pois em geral eles viviam a margem das altas classes, vivendo do comércio. Seu casamento, com a sobrinha e filha adotiva de Hermias, aumentou o abismo social em que vivia.
Ele não se envolvia em política prática e fazia seus estudos com meras observações da realidade, a qual não podia intervir.
O autor da obra possuía dois ramos de atividade: um documental, como a grande coletânea das Constituições e outro crítico, como a síntese sociológica e doutrinal. Sobre as Constituições, elas formavam uma compilação de análises de várias outras Constituições, tratava dos governos dos tiranos, as leis dos bárbaros e um estudo sobre as pretensões territoriais dos Estados. Em