Fichamento - Gramsci no Brasil: recepções e usos

5437 palavras 22 páginas
COUTINHO, Carlos Nelson. “Gramsci no Brasil: recepções e usos” in MORAES, João Quartin (org). História do Marxismo no Brasil. Volume III: Teorias. Interpretações. Campinas: Ed. Unicamp, 1998. (p. 123-157)

“Depois do colapso definitivo do chamado “socialismo real”, a influência do marxismo na vida cultural brasileira [...] sofreu, como em toda parte, um forte abalo.” (p.123)
“[...] verificou-se no Brasil – por parte dos marxistas e da esquerda em geral – uma significativa capacidade de resistência.” (p.123)
“A presença na vida política brasileira de um forte partido de esquerda, o Partido dos trabalhadores (PT) – o qual, [...] tornou mais difícil aquela identificação, proposta pelos liberais, entre “socialismo realmente existente” e o socialismo em geral: o PT desde sua fundação, sempre recusou o socialismo burocrático, afirmando, ao mesmo tempo, seu empenho programático por um socialismo diverso, explicitamente definido como democrático.” (p.123-124)
“A tentativa de identificar marxismo e “marxismo-leninismo” foi dificultada no Brasil pelo fato de que o pensado marxista mais influente em nosso país, pelo menos há duas décadas, é precisamente Antônio Gramsci.” (p.124)
“As categorias de Gramsci foram acolhidas por muitos intelectuais brasileiros como o instrumento mais adequado para construir um marxismo aberto e criador, capaz de revisar e/ou superar os pontos débeis que provêm das leituras dogmáticas de Marx e, em particular, daquela presente na herança da Terceira Internacional e do “marxismo-leninismo”. (p.124)
“Por isso, quando se desencadeou no Brasil a nova batalha contra o marxismo, foi possível, em muitos casos, enfrentá-la com as armas críticas fornecidas pelas reflexões gramscianas (as quais, de resto, têm uma significativa influência na cultura política do PT).” (p.124)
“Contudo, se foi esse o ponto de chegada da recepção de Gramsci em nosso país, é importante registrar que a história dessa recepção foi complexa e problemática.” (p.124)
“[...]se

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