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Antonio Ribas
G2
Questão 1.
Tal qual coloca Caio Navarro de Toledo, o Brasil vivia um momento ímpar em relação à luta de classes durante o breve governo Goulart (61-64). A expansão do espaço político para as demandas das classes subalternas do capitalismo brasileiro conflitava diretamente com as pretensões dos setores hegemônicos da sociedade.
O autor marca como verdadeiro início do governo janeiro de 63, quando o presidencialismo venceu, em plebiscito, o então atual modelo parlamentarista, imposto pelos setores golpistas (posteriores responsáveis por 64) à posse de Jango. Via-se a princípio um cenário de queda do crescimento (frente às altas taxas dos períodos anteriores) e inflação. Parte dessa inflação, vale destacar, se devia à escassez de alimento - o que trouxe a reforma agrária às pautas do governo. Mais, um processo de descrédito em relação ao Executivo (por casos de corrupção) caminhava junto à sociedade civil. Goulart assume com esses desafios, em uma época de intensa expansão e diversificação do debate ideológico. Seus primeiros planejamentos econômicos falham em conter a crise, levando a estagflação e descontentamento tanto entre setores da esquerda quanto da direita.
A partir disso, Goulart cada vez mais se aproxima em discurso aos setores reformistas, principalmente ligados à esquerda. As reformas de base (agrária, fiscal, eleitoral etc.) entraram de vez na pauta da sociedade brasileira. Esse crescimento da dimensão política dos movimentos sociais e maior participação desses junto ao Governo Federal começam a tensionar a relação das elites empresariais e dos setores conservadores.
Nesse ponto, cabe recolocar a questão destacada pelo autor: a dificuldade dos setores hegemônicos do capitalismo brasileiro de lidar com o alargamento da participação política dos trabalhadores e camponeses, assim como as legítimas reformas do capitalismo brasileiro por eles demandadas. Aos poucos o “fantasma do golpe”, tão presente desde a reinstituição da