Exposição joan miró caixa cultural rj
As obras expostas na apresentação da caixa cultural, eram excepcionais, pois reuniu obras que geralmente pertencem ao “mundo secreto” de Miró. Eram estudos, “rabiscos” e traços que deram origem as obras finais, mas que em grande parte não foram publicadas e eram inéditas.
“através destes trabalhos, assim como nas partituras originais que são rasuradas diversas vezes por um compositor, podemos descobrir os caminhos por onde discorre o pensamento experimental criativo do próprio pintor”
As gravuras estavam agrupadas em blocos. Cada bloco continha diferentes versões de uma mesma impressão. Em certos trabalhos, podíamos ver o estudo prévio, junto ao definitivo, deixando à mostra as analises e aperfeiçoamentos feitos pelo pintor em suas obras. Miró utilizava a mesma chapa para criar diversas versões, chegando inclusive a utiliza-la em diferentes posições e ângulos.
A magia de Miró
“Miró é surpresa .
-pinceladas, cor, forma e sentido, nada existe a toa em um Miró. Formam combinações de contrários, aleatórias e racionais, que driblam os sentidos de quem vê.
O que parece ser, a primeira vista, um conjunto de linhas irresponsáveis sobre um fundo vazio, logo se revela fruto de intrincada laboração. Nos esboços e estudos aqui apresentados, pode se notar uma espécie de essência concentrada de trabalhos em andamento. Em Miró, movimento, estrutura e estética se fundem no aparente devaneio.
A função da cor em miro – que preferia as primárias e os grandes contrastes – não é de acabamento. A trama cromática emerge como a própria estrutura da obra.
Quanto mais maduro se tornava mais Miró se aproximava do traço caligráfico, da síntese, da economia pictórica e do ideograma, ao mesmo tempo que suas composições se tornavam mais gestuais e espontâneas. Uma espécie de mínimo exuberante.
Eis sua magia, profundamente catalã, na busca de afirmação e caudataria de tradições gráficas e arquitetônicas de uma região com singular vocação