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Ele foi construído abaixo do leito do mar, no subsolo, e não dentro dágua, como muita gente pensa. Inaugurado em maio de 1994, o túnel do canal da Mancha liga a França e a Inglaterra e tem 51 quilômetros de extensão. Após consumir seis bilhões de dólares, ele se tornou a obra mais cara do mundo paga inteiramente com dinheiro privado. Tão ou mais difícil que escavar o túnel foi levantar esse dinheiro todo e coordenar um consórcio de dezenas de empreiteiras, bancos, investidores e acionistas - e tudo isso lidando com a cultura e as leis de dois países diferentes. "Embora os desafios de engenharia tenham sido os mais alardeados, na verdade foram os mais fáceis de superar. Claro que não devemos subestimá-los, mas os problemas de financiamento, logística, ambiente e de política para levar a cabo um projeto gigantesco como esse foram entraves complicadíssimos", diz o engenheiro John Neerhout Jr., diretor executivo do projeto para a empresa encarregada da concessão do túnel.
O feito é ainda maior se considerarmos que havia mais de 200 anos que se tentava viabilizar essa idéia. No início do século 19, o projeto de um túnel entusiasmou Napoleão, o imperador francês na época, mas os ingleses, temendo que a passagem facilitasse uma invasão da Grã-Bretanha, não deixaram a coisa ir adiante. Aliás, esse medo dos militares ingleses foi o maior obstáculo à construção do túnel até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Em 1984, finalmente, os dois países assinaram um tratado autorizando a obra e, em 1987, ela teve início. Quatro anos depois, um tempo recorde, operários franceses e ingleses se encontraram nas profundezas do subsolo e abriram um champanhe para comemorar o feito. Os túneis, que foram sendo cavados de um lado e de outro do canal, estavam apenas poucos centímetros desalinhados. Um verdadeiro prodígio de precisão.
Feito da engenhariaObra passa 50 metros abaixo do leito do mar
1 - O túnel foi escavado numa